segunda-feira, 26 de agosto de 2013

As prateleiras douradas….

Um tema que é muitas vezes abordado mas que poucas pessoas se sentem à vontade para escrever ou falar nele. Prateleiras douradas é uma metáfora para identificar quem a uma determinada altura da sua vida é obrigado a “sair de cena”, nos meios políticos muitas vezes é também conhecida como a travessia do deserto. No entanto penso que prateleira dourada é muito mais do que isso, vejamos, no dia-a-dia vemos grande parte das nossas elites (não estou a falar de políticos, é uma afirmação muito mais lata que isso, refiro-me às elites governantes deste País, todas) passam a doutrina, temos de ir à luta, não podemos aguardar que o Estado nos suporte, temos de pensar o que podemos fazer para ajudar o estado e não o seu contrário (JFK, serviu para o exemplo). Concordo em parte com esta informação, no entanto cabe ao Estado garantir a igualdade para todos e redistribuição da riqueza dentro de certos parâmetros. A questão aqui é que os mesmos que apregoam esta “livre” concorrência e um “mercado” do trabalho aberto, são os primeiros a não seguirem. Ora vejamos, a maioria depende do Estado (salário), quando tem empresas privadas quase todas elas prestam serviço para o Estado sendo elas quase um extensão do próprio Estado, Estado esse que lhes garante a subsistência e uma concorrência duvidosa com as restantes empresas no mesmo mercado. Por outro lado sempre que um alto cargo de uma instituição é demitido por norma vai logo nas semanas seguintes para um outro cargo “sombra” de outra instituição que muitas das vezes também ela ligada ao Estado. Até aqui tudo bem, não fossem esses cargos muitas das vezes criados em instituições descapitalizadas sem recursos e que na maioria das vezes uma fatia desproporcionada do seu capital é gasto para manter a própria instituição e não sua missão. Desengane-se quem acha que discordo a 100% com estas práticas (existência de elites), as elites tem de existir, tem de ser mantidas, não podem é ser hipócritas a apregoar que não pode existir um “seguro” para a maioria do “povo” quando elas próprias o criam o seu seguro, com fundos do próprio Estado (isto agora poderia esbarrar em ligações maçónicas, mas de momento não me apetece). As elites devem-se preocupar com a sua existência, mas não podem apregoar uma doutrina que elas próprias não seguem, correm o risco de não serem levadas a sério.

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