sexta-feira, 28 de março de 2014

6 Meses depois

Um título que marca um período diferente, viver com uma limitação durante 2 meses (principalmente no primeiro mês e meio) foi esquisito. Na primeira semana, demorar mais de 15 minutos para me vestir, chorar ao amarrar os cordões dos sapatos tais eram as dores que tinha. Não meti baixa e fui trabalhar todos os dias, mesmo no dia em que parti a clavícula (embora trabalhar não seja propriamente o que fiz nesse dia), não conseguiria ficar em casa, seria mais desesperante. A frustração dos primeiros meses em que eu, cegamente, pensava que o médico me ia dizer “já pode andar de bicicleta”, mas a resposta foi…. “ainda não ligou sequer”…. momentos maus, demorou muito tempo a consolidar, a operação esteve em cima da mesa até aos 4 meses. A minha existência abrandou neste período, todo o desporto que fazia parou, todas as saídas com amigos pararam, a limitação era estranha para mim, não me dou bem com as dependências sejam elas quais forem. Amigos ligaram, vieram-me buscar a casa, levaram-me para a rua (ás vezes com dores, pois horas em pé com o peso dos próprios ombros, era obra). Não fui a casa (a verdadeira) durante 3 meses (custou), primeira grande viagem de carro foi em Dezembro, mas descobri mais tarde que andei a conduzir com o osso…solto, pois comecei a pegar no carro na quinta semana após a queda. Passados 4 meses e meio começo a correr, o que aconselho pois notei que acelerou a recuperação. Aos 5 meses e meio, comecei a andar de bicicleta para já só estrada, surpreendentemente andei de mota antes de ter andado de bicicleta, na primeira volta faltava força no braço, mas a vontade era tanta que deu para dar “gás” na mesma. Medo de andar de mota não tive nenhum (para que não sabe, parti a clavícula de mota…parado, tombei para o lado, mas como não faço a mínima ideia como isso aconteceu, não existe motivo para ter medo). Agora que o médico me libertou (sem antes me dizer que tenho garantia no Hospital/Seguro durante um ano, não sabia que existia garantia para peças usadas e recuperadas) vou estar de volta com o gás todo a fazer de tudo um pouco como sempre gostei, sem me concentrar numa actividade, mas em muitas aos mesmo tempo!!!


PS: a Imagem pode enganar, mas este é o último RX que fiz, é para ficar assim, personalizada…

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Natal e as suas tradições

Natal e as suas tradições, uma época que mantêm algo de idílico no meu imaginário (que se torna real felizmente). Tenho a sorte de ter uma família grande que se junta nestas alturas, claro que com vidas diferentes o ato de nos juntarmos tem cada vez mais importância. A tradição de andar pela casa cheia de gente (Nós), com um calorzinho de quem ligou o aquecimento e circula pela casa confortavelmente independentemente do frio que faz lá fora (que este ano era muito, mas… como andei por casa o dia todo nem notei). O Natal tem isso de bom, todos juntos a “trabalhar” para um objectivo comum, o facto de ter crescido num local não urbano ganha outra dimensão e trás muito mais prazer, implica uma viagem, um corte com o dia-a-dia e aquelas coisas que nos enchem os nossos dias, assim existe uma disponibilidade a 100% para este ato sem pensar no quer que seja, a não ser o nosso Natal. O meu Natal por força das circunstancias e por alterações familiares com desaparecimento de pessoas importantes no (Nós), nem sempre foi assim, mas soubemos criar um novo Natal tão aconchegante como o primeiro, diferente, mas nosso na mesma! Espero que se mantenha assim por muitos e bons anos, com esta calma e com a disponibilidade lenta e saborosa de quem não “prometeu” para mais ninguém neste dia.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Stop …. mesmo quando não queremos.

Ao fim de muitos dias (50) eis que escrevo pela primeira vez sobre este assunto (foto à esquerda tem 1 semana). Tive de parar pela primeira vez em trinta e tal anos de vida é a primeira vez que algo não me permite fazer aquilo que quero fazer (às vezes existem pequenos períodos ou eventos, mas não são representativos do tema). Este ano foi um bom ano mas, para o meu corpo e para os meus ossos não foi grande coisa. No início do ano magoei-me de mota, paragem 3 semanitas. Uma besta resolveu fazer pisca para um lado, sair da via no lado oposto ao pisca, uma vez na berma inverter o sentido num só golpe. Ia eu atrás dele a praguejar, pois estava a escolher o lado para passar e a pensar … pisca para um lado e vai para o outro, quando volto ao meio da via eis que o vejo a dar um golpe e a inverter a marcha, travo a fundo, piso o traço continuo, a roda da frente escorrega, consigo segurar a mota em andamento com a perna esquerda que não suporta o peso e ….chão. O tipo passa à minha frente vê que me levanto e foge…. Como resultado a pancada sobre o joelho (ao tentar suportar 200kg de mota mais a força de deslocamento) foi tão grande que inchou imenso e andei 3 semanas parado da atividade desportiva. Depois uma estória menos complicada e com um resultado pior…. chegado ao trabalho, procuro estacionar a mota num sitio mais arrumadinho (ainda com a mota entre as pernas), desequilibro-me e caio no chão desamparado, como não estava a contar só dei por mim no chão a rir da estupidez e com uma dor no ombro. Passadas duas horas e um pequeno incomodo no ombro (ao que todos me diziam se fosse partida nem paravas com as dores) eis que passo no médico da empresa, assim que tiro a camisa, o diagnóstico clavícula partida. Fui ao ortopedista, 8 nas costas, bem apertadinho e volta ao trabalho (a bem dizer deambulei nesse dia, escrever com uma mão e meio febril não deu para mais). Passados 50 dias e três idas às fotos a preto e branco (vulgo RX) a coisa ainda não está ok, os “ossos” ainda não ossificaram e ainda se comportam como 2 em vez de 1. Seca, já aborrece….

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

New order…. ?

Quase sempre que escrevo neste blog a primeira coisa que me vem à cabeça é o tema, depois o título, desta vez não foi assim, tal variedade de títulos que posso escolher. Sim, ontem foi um dia em cheio, penso que do alto dos meus 36 anos, deve ter sido a primeira vez que umas eleições disseram tanto a tantos. Hoje não me faltaram palavras para divagar neste texto, vejamos. Pela primeira vez achei que o povo, ao contrário o que vem sendo o seu apanágio votou e saiu a ganhar, saiu a ganhar porque pela primeira vez um grupo de (aparentemente) independentes teve tantos votos, não escrevo só sobre o Porto mas também a nível nacional, onde os vários grupos de cidadãos garantiram 6.90% dos votos (http://autarquicas2013.mj.pt/, dados a 30set13). Outra foi o pedido do Povo para uma mudança efectiva acabando alguns “feudos” nomeadamente Braga e Madeira, entre outros a “flauta” que os guiava pelo precipício deixou de tocar o som encantador … Muitos podem pensar que o PSD perdeu e o PS ganhou, isso é factual, tal como o crescimento do CDS (embora o mago Sócrates tenha de uma forma pouco digna diminuído na TV, não dá para mais, também já o conhecemos) mas penso que muitas mais conclusões se podem tirar. Os Partidos foram fazendo as suas escolhas tentado contornar uma lei que era clara para o legislador mas vaga para os tribunais… (mérito para o PS que não se deixou influenciar) “de câmara ou da câmara”, imponto os candidatos do sistema que servem os partidos e agora tinham de se servir dos partidos, o Povo disse, estão aqui é para servir Portugal e com excepção de alguns presidentes da CDU, que quando é necessário é igual ao outros. Esta lei também trás uma nova abordagem e caso seja clarificada e rectificada cria uma nova ordem. Ora vejamos, se nos últimos anos os delfins do Partidos políticos e “empurrados” por alguns tinham como prioridade ser Presidentes de câmara a todo custo, a nova realidade provoca mudanças, como os mandatos são limitados a 12 anos (pelo menos na mesma câmara  e já não existem reformas vitalícias (para os mais novos) isso faz com que o desejo de ser Presidente fique em stand-by de forma a não comprometer o futuro, pois ser ex- Presidente aos 50 e tal anos poderá (vinco o poderá) ser um novo desafio à empregabilidade dos mesmos a não ser que estejam protegidos por contractos na função pública… Por alguma razão a grande maioria tem ligações à função publica (por outras vias que não a politica) tem sempre a zona de conforto de poder voltar, coisa que não creio que no privado seja muito credível pois a maioria das empresas nem duram tanto ou não suportariam essa ausência prolongada. Esta é a vantagem das crises, existe um despertar para a causa consequência, os actos antigamente que pareciam sem consequência agora é visível (pelos piores motivos a todos). Claro que depois existe o “caso Isaltino” mas esse ainda vou ter de tentar perceber melhor.

Termino com uma pérola sabiam, que as reformas vitalícias forma criadas com Portugal sobre assistência do FMI após o povo ter passado um período negro? Esta proposta veio do Rui Manchete (onde eu já ouvi este nome) e o Governo era o Bloco Central cujo Primeiro-Ministro era o Mário Soares…. o tal que agora….. in livro “Os Privilegiados” e já confirmado  noutras fontes…. 

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

As prateleiras douradas….

Um tema que é muitas vezes abordado mas que poucas pessoas se sentem à vontade para escrever ou falar nele. Prateleiras douradas é uma metáfora para identificar quem a uma determinada altura da sua vida é obrigado a “sair de cena”, nos meios políticos muitas vezes é também conhecida como a travessia do deserto. No entanto penso que prateleira dourada é muito mais do que isso, vejamos, no dia-a-dia vemos grande parte das nossas elites (não estou a falar de políticos, é uma afirmação muito mais lata que isso, refiro-me às elites governantes deste País, todas) passam a doutrina, temos de ir à luta, não podemos aguardar que o Estado nos suporte, temos de pensar o que podemos fazer para ajudar o estado e não o seu contrário (JFK, serviu para o exemplo). Concordo em parte com esta informação, no entanto cabe ao Estado garantir a igualdade para todos e redistribuição da riqueza dentro de certos parâmetros. A questão aqui é que os mesmos que apregoam esta “livre” concorrência e um “mercado” do trabalho aberto, são os primeiros a não seguirem. Ora vejamos, a maioria depende do Estado (salário), quando tem empresas privadas quase todas elas prestam serviço para o Estado sendo elas quase um extensão do próprio Estado, Estado esse que lhes garante a subsistência e uma concorrência duvidosa com as restantes empresas no mesmo mercado. Por outro lado sempre que um alto cargo de uma instituição é demitido por norma vai logo nas semanas seguintes para um outro cargo “sombra” de outra instituição que muitas das vezes também ela ligada ao Estado. Até aqui tudo bem, não fossem esses cargos muitas das vezes criados em instituições descapitalizadas sem recursos e que na maioria das vezes uma fatia desproporcionada do seu capital é gasto para manter a própria instituição e não sua missão. Desengane-se quem acha que discordo a 100% com estas práticas (existência de elites), as elites tem de existir, tem de ser mantidas, não podem é ser hipócritas a apregoar que não pode existir um “seguro” para a maioria do “povo” quando elas próprias o criam o seu seguro, com fundos do próprio Estado (isto agora poderia esbarrar em ligações maçónicas, mas de momento não me apetece). As elites devem-se preocupar com a sua existência, mas não podem apregoar uma doutrina que elas próprias não seguem, correm o risco de não serem levadas a sério.

domingo, 28 de julho de 2013

Verdade ou consequência … o sistema não concebe o votar em “ninguém”!

Este tema pode parecer que está ligado aos últimos eventos na Politica Portuguesa, mas em parte é só coincidência. Na realidade e durante quase toda a minha vida sempre tive a noção de que um ato ou um comportamento, tem sempre uma consequência, consequência essa que resulta no reconhecimento de algo bem feito ou de algo menos positivo. No entanto esta máxima do dia-a-dia não é aplicada à nossa democracia, não, não vou falar da justiça, que de estar tão pelas ruas da amargura e de neste momento não passar de um sistema quase imaginário de punição daquilo que julgamos ilegal,  faz com que não me senta com forças para falar dela. Mas sim das eleições, esse o meu verdadeiro tema de hoje! Ouço amiúde falarem que o povo se revolta, revolta, mas depois vota sempre nos mesmos partidos, os chamados do círculo ou ciclo da Governação (circulo é um sistema fechado será esta a única verdade aqui?), será que é porque as pessoas são ignorantes ou porque a democracia como a conhecemos hoje está desenhada para que isso aconteça? Sim, penso que é mesmo isso, está desenhado para ser assim, ora vejamos, democraticamente o sistema não concebe o votar em “ninguém”, o voto em branco (para mim abstenção não conta) não tem qualquer consequência no parlamento, para o qual as eleições se realizam e estamos a votar para eleger um representante. Já por várias vezes votei em branco e nunca me vi representado, pois o meu voto não foi traduzido em lugares vazios. Que estes lugares não contassem para as votações parlamentares eu entendo, mas ficavam vazios na mesma e ninguém os ocupava. Assim os políticos tinham uma imagem de como se estavam a comportar e existia uma faixa da população que não os via como seus representantes. De certeza que o número de votos em branco triplicaria caso os lugares correspondentes ficassem vazios. Assim sim, poderíamos dizer que o resultado eleitoral seria uma representação dos votantes. Se seria perigoso, sim seria mas o que temos neste momento também o é …

sábado, 18 de maio de 2013

Quando o Estado nos dá "Borlas", Museu Soares dos Reis.


Este tema pode parecer um momento de delírio nos dias que correm, pois na realidade não existem "borlas" do Estado, o contribuinte é sempre chamado a pagar mesmo quando parece uma borla. Mas…. a ideia de que fazemos algo que normalmente é pago e num determinado  dia não o é, pode ser considerado uma borla. Hoje é o dia mundial do Museu e o Estado abre estes espaços à comunidade sem cobrar bilhete. Claro que não poderemos dizer que é uma “borla” aberta a todas as pessoas, apesar de ser “grátis” o pareça, na realidade existe sempre uma faixa da sociedade que não tem acesso a esta informação (daria para um tema paralelo a este, talvez um outro dia). A borla de hoje é interessante, os museus estão cheios e se um em cada 10 visitantes tornar a visita a museus um hábito, já se pode considerar uma vitória. Eu visito frequentemente o Museu de Serralves mas hoje a programação levou-me a visitar o Museu Nacional de Soares dos Reis, que é o primeiro museu público de arte do país, tendo sido fundado em 1833 numa casa sediada no centro do Porto junto hospital de Santo António. Tal como seria de esperar dei a tarde como bem empregue, O programa é rico (amanhã ainda é este programa), com visitas guiadas que nos permitem conhecer melhor as obras em exposição, os seus autores e a vida quotidiana dos mesmos. É possível compreender melhor, sabendo um pouco mais sobre o homem que as criou e qual o seu curso de vida que sempre transparece e influencia a obra. Depois da visita e de alguns apontamentos da senhora que nos guiava, comecei a dar muito mais valor aos escultores e à sua arte (talvez enfatizado pela guia quem sabe pelo facto de António Soares dos Reis ter sido escultor), mas também fiquei a conhecer um bocado melhor a Historia do Porto e das suas gentes. Dias assim são dias grandes, dias em que alimentamos o cérebro com manjares cujo sabor permanece por muitos dias. Espero também eu ao colocar esta informação neste espaço desperte a curiosidade a mais alguém que possa vir a visitar este espaço e assim dar-lhe uma cor mais vibrante!