Um tema que é muitas vezes
abordado mas que poucas pessoas se sentem à vontade para escrever ou falar
nele. Prateleiras douradas é uma metáfora para identificar quem a uma
determinada altura da sua vida é obrigado a “sair de cena”, nos meios políticos
muitas vezes é também conhecida como a travessia do deserto. No entanto penso
que prateleira dourada é muito mais do que isso, vejamos, no dia-a-dia vemos
grande parte das nossas elites (não estou a falar de políticos, é uma afirmação
muito mais lata que isso, refiro-me às elites governantes deste País, todas) passam a doutrina, temos de ir à luta, não podemos aguardar
que o Estado nos suporte, temos de pensar o que podemos fazer para ajudar o
estado e não o seu contrário (JFK, serviu para o exemplo). Concordo em parte com esta informação, no
entanto cabe ao Estado garantir a igualdade para todos e redistribuição da
riqueza dentro de certos parâmetros. A
questão aqui é que os mesmos que apregoam esta “livre” concorrência e um “mercado”
do trabalho aberto, são os primeiros a não seguirem. Ora vejamos, a maioria
depende do Estado (salário), quando tem
empresas privadas quase todas elas prestam serviço para o Estado sendo elas
quase um extensão do próprio Estado, Estado
esse que lhes garante a subsistência e uma concorrência duvidosa com as
restantes empresas no mesmo mercado. Por outro lado sempre que um alto cargo de
uma instituição é demitido por norma vai logo nas semanas seguintes para um
outro cargo “sombra” de outra instituição que muitas das vezes também ela
ligada ao Estado. Até aqui tudo bem, não fossem esses cargos muitas das vezes criados
em instituições descapitalizadas sem recursos e que na maioria das vezes uma
fatia desproporcionada do seu capital é gasto para manter a própria instituição
e não sua missão. Desengane-se quem acha que discordo a 100% com estas práticas
(existência de elites), as elites tem de existir, tem de ser mantidas, não
podem é ser hipócritas a apregoar que não pode existir um “seguro” para a maioria
do “povo” quando elas próprias o criam o seu seguro, com fundos do próprio Estado
(isto agora poderia esbarrar em ligações maçónicas, mas de momento não me
apetece). As elites devem-se preocupar
com a sua existência, mas não podem apregoar uma doutrina que elas próprias não
seguem, correm o risco de não serem levadas a sério.
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